Tudo começou com uma viagem de negócios.
Reza a lenda lá pelos inícios
do século XX, um representante
da Calém viajou para terras holandesas.
Como qualquer luso de berço, não quis voltar de mãos a abanar.
Na sua bagagem trouxe um quadro com três homens distintos com um cálice de vinho do Porto na mão.
Não dorme à noite por não saber se os meus olhos verdes vieram do seu avô materno ou do bisavô paterno. Mais do que qualquer coisa, busca a verdade factual das coisas e acredita que a vai encontrar se pensar muito.
Os companheiros descrevem-no como hiper-reflexivo e observador, porém cheio de dúvidas e incertezas.
Se o nosso Juiz lhe disse que o seu nome é António, escusa de refutar. O seu nome é António.
A sua verdade é universal e admite pouquíssima discussão. Até o deixa ter a sua opinião, para depois lhe tirar o pio com uma ironia inflamável.
É o líder do grupo, com um visão muito concreta o mundo. E deste modo, um pragmático-nato.
Descomplica qualquer e todas as situações com um “brindemos a isso”. Não está para discussões pois a sua vinda à Terra prende-se com encontrar a sua fonte de prazer.
Um hedonista por natureza e agnóstico por não se querer chatear com nada para além dos prazeres terrestres.
Aquele compincha que não contraria, apoia sempre e todos sentem falta.
A pintura dos três Velhotes é considerada um ícone e faz parte da memória coletiva dos consumidores. Reproduzida em milhões de garrafas anualmente, sai das nossas caves em Vila Nova de Gaia diretamente para ocupar um lugar de destaque nas mesas de adegas dos verdadeiros apreciadores do património nacional.